O som na minha casa é mó viagem!!!!!

Não to brincando. Parei para prestar atenção no comportamento sonoro dos cômodos e percebi como é feita a contrução da paisagem sonora de onde moro. - Começa por ser toda forrada e que em cima morar outra familia (felizmente eles são sensatos e emitem pouco ruido de pés, arrastado de móveis, etc).
Mas a viagem mesmo comecei percebendo que a área por ser grande, muito fechada, só com uma janela e uma porta (pequenos em proporção, diga-se de passagem) e um portão que é mais grade do que chapa de ferro, acaba amplificando todo o som que chega de fora. 

Logo depois da área tem um corredor que segue por toda a casa e sai direto no quintal, fazendo com que o ruidos da rua passem pela casa interia e sejam percebidos muito nitidamente os  em momentos de "silêncio"(entre aspas pois silêncio não existe fisicamente como ausência de som, só no imaginário humano de ponto neutro).
Passei muita raiva nos primeiros dias, pois se baterem palmas no vizinho dá pra jurar que é em frente. E as vezes tem gente conversando na calçada ao lado e parece dentro de casa. Depois de um tempo comecei a perceber as diferenças (mínimas). Sabendo que os quartos, sala, banheiro e cozinha ficam todos no mesmo lado da casa exercitemos agora a imaginação: O som "captado" na área, passa direto até o quintal, estar no corredor é praticamente como estar no pé do portão, podemos sair do "caminho do som" simplesmente entrando em um dos cômodos. Claro que som chega lá também porém vai se esvaindo, quanto mais pra dentro da casa menos alcance. Fechando a porta cada compartimento pode virar uma caixa de sons. Engraçado a variação quanto ao tipo de música, pois na medida em se entra na casa primeiramente vão sumindo os agudos e médios, ficando mais presente o grave

O quintal tem uma característica acústica própria: o som das ruas lateral e traseira sãos muito percebidos porque apesar de não morar na esquina, moro na primeira casa da esquina, tendo um terreno murado e outro aberto em sequência e pra completar não tem vizinhos trás fazendo com que se fique todo um campo acústico aberto das ruas pro quintal. Uma coisa que alivia o impacto dos ruidos é uma mangueira, que tem uma grande copa que absorve boa parte do som e produz o seu próprio com a folhas, galhos e passáros que atrai.
Foi nesse momento do raciocínio que entedendi como estou rodeado dos ruidos da rua podendo fazer um passeio em metade de um quarteirão só dentro do corredor de minha casa!!!
O que acontece:
Eu posso ficar na área e ouvir a rua de frente que apresentam sons de crianças brincando e vizinhos que, vez por outra, ouvem música alta variando o estilo e o tempo que passam escutando. 
Ou ficar no quintal e ouvir os sons da outra esquina. Na rua lateral tem um bar, ou seja, "som de carro" que vez por outra, toca música alta variando o estilo e o tempo que passam escutando. Forró, axé, brega e raramente rock, mas todos da moda (vez por outra é que toca um Raul ou um Luiz, mas muito raramente).  Na rua de trás tem um bar desativado, que agora é lava carros, ou seja, vez por outra, música alta variando o estilo e o tempo que passam escutando. No final de semana sempre se intensifica, o que já pode se considerar uma subtradição (ao meu ver pois são uns dos grandes vilões da poluição sonora!! ). E o pior é que muitos hoje têm carros, com som, e outros tem como amplificar som em casa mesmo e fica aquela salada ruidosa generalizada em que vivemos hoje!!! Aqui tenho umas 5 fontes abusivamentes que variam por hora e dia, e infelizmente tenho que me contentar em não ser constante.
Não estou me queixando pois infelizmente a poluição sonora está se generalizando e não temos pra onde fugir, mas estou tentando levantar o pensamento sobre a condição e conduta individual dentro de seu meio ambiente.
Eu por exemplo tenho várias fontes sonoras em casa e tendo deixar o minimo atuante, não preciso amplificar som nenhum, uso fones de ouvido e os comodos tem acústica fechada. Se algum som da rua for abusivo, em horário ou volume, ligo pro 190.
Sugiro fazerem o disgnótico do seu ambiente sonoro, andando pelos espaços e ouvindo o comportamento sonoro. É preciso ser feito várias vezes, em horários e dias distintos e realmente escutar, avaliar e contemplar as mensagens sonoras. E ai se ter um mapa acústico de seu próprio espaço.
Espero que tenha gostado dessa viagem pelos sons da minha casa, e gostaria de ler sobre o seu ambiente acústico. Escreva sua experiência e contribua pro pensamento sobre a paisagem sonora da nossa cidade.

Thiago Nascimento.

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