Relatório propõe medidas para reduzir poluição sonora provocada por aeronaves em Fortaleza
Um relatório técnico apresentado durante audiência pública realizada pelo Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) e Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano de Fortaleza (Semam), na última quinta-feira, 24 de novembro, propõe a adoção de uma série de medidas para reduzir a poluição sonora provocada pela operação do aeroporto da capital. Entre elas, estão: a suspensão de voos durante a madrugada (entre a meia-noite e 4 horas); a proibição de uso de aeronaves do modelo Boeing 727, que causam muito ruído, e a padronização de procedimentos de pouso.
O relatório reúne as principais conclusões de um estudo elaborado pela Semam, por requisição do MPF. O estudo analisou os níveis de ruído em bairros da capital cearense que estão no trajeto de pouso ou decolagem das aeronaves que utilizam o aeroporto. De acordo com Aurélio Brito, um dos técnicos responsáveis pelo relatório, em todas as localidades os níveis sonoros ultrapassam os valores recomendados.
O médico Francisco Hélio Rola reclamou do excessivo número de voos durante as madrugadas – são 24 ao todo, de acordo com informações da Infraero. Mesmo morando a dez quilômetros de distância do terminal aeroviário, no bairro Sabiaguaba, ele diz sofrer com o barulho alto provocado pelas aeronaves durante a decolagem. A mesma reclamação faz Gorete Ramos, que mora no bairro vizinho, José de Alencar. “Nós estamos tolhidos do nosso direito ao sono”, afirmou durante a audiência.
A Infraero questiona a metodologia utilizada na elaboração do relatório. O superintendente do aeroporto, Wellignton Santos, propôs a revisão do estudo, que, segundo ele, diverge da legislação federal que trata do ruído aeronáutico. Contrário à proposta de suspensão de voos durante a madrugada, Santos questionou também a ideia apresentada por um dos participantes da audiencia de transferir esses voos para o aeroporto que está em construção no município de Aracati, distante 140 km da capital.
A audiência pública contou com a participação de representantes de diferentes instituições envolvidas com o tema, tais como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero, Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (Setur), Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta III), Câmara Municipal de Fortaleza e das companhias aéreas.
As informações colhidas durante a audiência vão subsidiar o procedimento administrativo que analisa a poluição sonora decorrente da operação do aeroporto. Sob a responsabilidade do procurador da República Alexandre Meireles, o procedimento foi instaurado em 2008 pelo MPF após denúncia apresentada por Francisco Hélio Rola. Desde então já foram realizadas várias audiências na sede da instituição para debater o caso.
Fonte: MPF
retirado de:
http://www.mariofreireambiental.adv.br/blog/?p=164
Nenhum comentário:
Postar um comentário