A cidade e a barulheira dos voos do Pinto Martins


A discussão é antiga, mas precisa estar sempre exposta: a questão da barulheira provocada pelos voos que cruzam os céus de Fortaleza, a partir do Aeroporto Internacional Pinto Martins. O secretário municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano, Adalberto Alencar, expõe essa questão em artigo no O POVO desta sexta-feira. O titulo é Poluição sonora e restrição de voos”. Confira:
O problema da poluição sonora causada pelos voos noturnos atinge uma parcela significativa da Cidade. Os ruídos gerados pelos voos ferem o direito à tranquilidade de uma área residencial, já consolidada em Fortaleza. É no período da noite que a maioria dos fortalezenses busca o repouso após todo um dia de trabalho. Uma noite bem dormida recupera as energias perdidas e traz um novo vigor para que jovens, adultos e idosos possam viver o amanhã com disposição.
Acredito que a restrição não significa a inviabilidade econômica e funcional do próprio Aeroporto Internacional Pinto Martins; ela pode ser programada e ordenada de tal forma que as atividades concentrem-se durante o dia. Essa iniciativa ampara-se na vontade e no direito dos moradores daquela região que nos procuram a fim de garantir o sossego e o silêncio. A restrição deve ser acordada; deve-se buscar o diálogo, a fim de que se chegue ao melhor entendimento para a coletividade de Fortaleza.
Alguns problemas podem ser solucionados com planejamento. É o caso dos atrasos das companhias aéreas. Voos agendados para a tarde podem ter atrasos de três ou quatro horas, prejudicando, portanto, o horário do repouso daqueles que precisam acordar cedo. Isso poderia ser evitado.
Fortaleza precisa ser uma cidade de eventos, precisa ser uma cidade turística, mas as pessoas precisam também ter tranquilidade para dormir. O descanso e o silêncio são direitos fundamentais. A tranquilidade noturna impacta a saúde humana. O descanso de um dia de trabalho recupera o corpo e deixa-o mais forte para reduzir os níveis de estresse que podem vir no trabalho.
O repouso e o sono tranquilo devem chegar aos moradores que estão na rota dos aviões que, diariamente, estão saindo e chegando ao Aeroporto Internacional Pinto Martins. Precisamos garantir o direito de ter um ambiente silencioso. Precisamos construir uma cultura de direito ao silêncio, à paz, ao descanso e ao sono.
Adalberto Alencar
imprensasemam@gmail.com
Titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam).
DETALHE – Filmagem feita pro Cláudio Barata, passageiro na ocasião do fotógrafo Paulo MOska)

Originalmente publicado em:

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